
27 nov Ser cuidador na minha própria família faz bem?
Algumas pessoas se colocam no papel de cuidador de familiares próximos seja por questões financeiras ou para fortalecer laços afetivos; se fazer presentes em momentos de dificuldade. Mas a pergunta que poucos fazem, mas deveriam fazer é a seguinte: “Ser cuidador na minha própria família faz bem?”
O questionamento pode gerar indignação em alguns, afinal, “onde já se viu pensar em seu bem-estar quando um ente querido não está plenamente saudável?” Mas esse tipo de reflexão faz muito sentido e deve ser feita com frequência. Pesquisas revelam que consequências físicas e mentais surgem devido ao estresse do cuidador não profissional.
Por mais que cuidar de um familiar seja gratificante, exige muito de cada um e pode complicar a saúde e as relações. Estes cuidadores acabam deixando a própria saúde e bem-estar de lado e, assim, ficam cansados e impacientes na maior parte do tempo.
A situação, que começou com uma boa intenção, acaba criando um ciclo prejudicial para os dois lados. Muitos ficam sob constante estresse, sobrecarga e culpa. Isso abre espaço para a insônia, ansiedade e o desenvolvimento de outros transtornos emocionais. E mais: mesmo sem querer, acaba, descontando no próprio paciente.
É comum o cuidador apresentar alguns sinais de estresse. Então, é importante estar sempre atento a episódios de falta de energia, se sentir cansado com frequência, deixar de fazer suas obrigações pessoais por falta de disposição ou vontade, contar as horas e os minutos para acabar o dia, perda ou ganho repentino de peso e negligenciar a sua própria rotina. Todos são sinais de alerta de que o cuidador já está sob pressão.
Além disso, nem sempre familiares possuem habilidades técnicas necessárias para cuidar de alguns quadros de saúde. O ideal é contar com a ajuda de um profissional especializado. Assim, toda a família poderá dar suporte emocional, ter qualidade de vida e contribuir com o sucesso da terapia.